Capa mole c/ relevo a seco, offset, 235x165mm, 128 pp., 300 exemplares.


Época de Estranheza em Frente ao Mundo


Susana Gaudêncio
c/ Hélia Correia, Nuno Nabais e Álvaro Domingues



textos:  A conversa ou a utilidade da estranheza em frente ao outro, Sofia Gonçalves e Rui Almeida Paiva; Época de Estranheza em Frente ao Mundo, Susana Gaudêncio; Solilóquio: Movimento em que o livro se separa do seu leitor, Rui Almeida Paiva. Transcrição de conversas com Álvaro Domingues, Hélia Correia e Nuno Nabais.
imagens: Documentação fotográfica obras de Susana Gaudêncio: Protótipo para Pedra Filosofal
© Susana Pomba; Época de Estranheza em Frente ao Mundo (imagens da instalação MNAC – Museu do Chiado) © Catarina Botelho
design: Flatland design

︎esgotado





Época de Estranheza em Frente ao Mundo segue os modelos da negociação e da conversação como princípios editoriais. Para três conceitos matriciais – mesa, vórtice, cartaz-manifesto –, organizaram-se conversas com a artista, os dois editores e os convidados especiais Álvaro Domingues, Nuno Nabais e Hélia Correia. A partir destas, Susana Gaudêncio adicionou uma segunda camada referencial que encaminha estes conteúdos para a sua proposta artística. O livro é o resultado da negociação destes dois tempos.

A publicação Época de Estranheza em Frente ao Mundo, parte da exposição homónima de Susana Gaudêncio, no Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado (16 de Agosto a 20 de Setembro de 2012).


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A dificuldade que nós, seres humanos, temos em conviver com a ignorância sobre nós próprios, sobre o que nos rodeia e sobre o nosso futuro faz disparar os alarmes e os dispositivos de defesa contra o desconhecido. Impõe-se então aquilo a que Odo Marquard chama ‘a moratória do não’, uma coisa que em termos mais coloquiais se traduz pela expressão ‘Falam de quê? Sou contra’
lançada para ganhar, pelo menos, algum tempo.

(...) há na política um tique, o tique do poder, que se chama “fazer de Deus”, ou enviar alguém, que ainda é mais misterioso. Não vais tu própria, não tens que te ocupar do trabalho sujo, mandas: “Olha, vais-lhe dizer que é o seguinte...”.

Os políticos agora são muito variados na forma como mandam mensagens. Às vezes soltam bombinhas no Google ou nas agências noticiosas, ou num SMS, ou nas redes sociais. Outras vezes, aparecem pomposamente com um primeiro plano de trinta microfones, todos ligados ao mesmo tempo.

Conversa com Álvaro Domingues, Época de Estranheza em Frente ao Mundo.

SUSANA GAUDÊNCIO é artista.  Entende a produção artística como plataforma para encontrar novas possibilidades de problematização da utopia, enquanto dispositivo crítico do quotidiano, eminentemente político. Publicou, entre outros, o livro Época de estranheza em frente ao mundo (2012, DOIS DIAS); Luz Perpétua (2014, Fundação EDP); Repertório: histórias e estórias de cartazes (2016, publicação produzida no âmbito de “Your body is my body. Coleção de Cartazes de Ernesto de Sousa”, Museu Coleção Berardo, Lisboa). Comissariou a exposição “Viagens de livros. O livro de artista nos 25 anos da ESAD.CR” (MiMO, Leiria, 2015), e a exposição “Páginas Inquietas: sobre documentos insubmissos” (Espaço Mira, Porto, 2016). É membro fundador do “Círculo de Leitoras Peripatéticas”, com Sofia Gonçalves e Susana Pomba. Coordenou o Programa Educativo da Trienal de Arquitectura de Lisboa e da Casa da Arquitectura em Matosinhos. É docente no Mestrado de Artes Plásticas/ESAD, Caldas da Rainha.
Tuesday Oct 5 2021