A DOIS DIAS é uma editora dissidente que nasce da motivação de 2 leitores. Encontra nos livros a sua teoria dos territórios: dar forma a um espaço de leitura que vai expandindo a sua superfície à medida que alguém arrisca avançar pelas suas páginas. A sua inevitabilidade, contudo, é ter na reprodução do objecto um pretexto para a partilha.

Sediada em Lisboa, desenvolve, desde 2011, os seus próprios modelos de edição. Pensa o livro como valor acrescentado ao “texto”—do x/y da página ao x/y/z do livro. Não procura respostas, potencia problemas. Gosta de questões existenciais essenciais. Entra em diálogo com outros leitores-escritores-autores e desta conversa chega à publicação. Tem como interesses maiores as tangentes entre arte e literatura, as práticas grande-angulares da escrita e da leitura. Faz da pequena escala a escala certa. Nem mais nem menos. Baralha as teorias da especialização—um leitor faz-se escritor, editor, designer, autor, produtor, amador, artesão, operário industrial, condutor profissional, comercial.

De futuro, não tem agendas nem faz previsões. Preza o desvio. Critica a massa crítica (e outras visões de industrialização da cultura) e, acima de tudo, vai pensando fazendo. Os textos, lidos muitas vezes em voz alta, devolvem à linha de montagem a vontade de construir, para já, mais um livro.
É permanentemente provisória e pretende reescrever com frequência o texto que a define.

DOIS DIAS tem dois nomes que lhe vão tratando da diária: Rui Almeida Paiva e Sofia Gonçalves.


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Tuesday Oct 5 2021